segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tríduo Pascal, caminho de esperança (III)

O Tríduo Pascal termina no Sábado com a Vigília das Vigílias. Sábado Santo pode dividir-se em duas partes distintas. A primeira surge em continuação de Sexta-Feira Santa, a dúvida em relação ao Mestre. Ele dissera que ressuscitaria mas eram mais as dúvidas que as certezas. A segunda parte de Sábado Santo canta já a Alegria do Ressuscitado. Não está aqui, Ressuscitou como disse. A grande Vigília Pascal, e grande entenda-se não o epidérmico tempo que Ela demora, mas a riqueza teológica que subjaz à mesma.
Inicia-se a celebração com o Silêncio que tanto nos "ocupou" nestes dias. Depois deste, fora da igreja ou catedral, há a solene benção do Lume novo, acende-se o Sírio Pascal, símbolo de Cristo que Ressuscitou da morte, e que com ele ressuscita para uma vida nova quem com Ele se Configurou em vida. Esta primeira parte chama-se Lucernario, porque a Luz dos Povos, lumen gentium é Cristo. É no fogo que somos purificados, e o fogo é o elemento, primordial se quiserdes, que transforma em si tudo quanto é. Se deitamos um papel à terra, por exemplo, ficará sujo mas igual. Na água ficará molhado, mas o que se deita ao fogo, transforma-se em fogo.
Canta-se o precónio que é o grande anuncio da resurreição. Oh Feliz culpa, que nos mereceu tão grande redentor, Oh ditoso pecado de Adão pode ouvir-se na celebração. Ouvem-se varias leituras, sobretudo do antigo testamento. As únicas incontornáveis são a de Gn 1 e Ex 18. As leituras fazem um resumo da história da salvação e fazem presente a Aliança de Deus com o seu povo, a promessa do Messias esperado e por fim, Jesus Cristo como portador de Esperança, o verdadeiro Emanuel que vem para ser connosco Deus, o Príncipe da Paz, o Ungido.
Era necessária a sua encarnação, o seu despojamento, a sua entrega, a sua morte. Mas sabemos não ser em vão tudo isto. O Cordeiro sem mancha lava no seu sangue todos os nossos pecados. Como o Fogo, torna-nos novas criaturas. Para isso Ele veio. Para que tenhamos vida e vida em abundância (Jo 10). E só a temos, essa vida, depois da sua morte, ressurreição e glorificação.


Passando para o Domingo e consequentemente para o tempo Pascal, é tempo não mais de choro, de silêncio, mas sim de Aleluia, tempo festivo porque o Esposo está connosco de uma vez para sempre e para toda a eternidade. Faz-se o anúncio da ressurreição e a Cruz entra nas casas. É a Páscoa do Senhor.
Exultemos e rejubilemos porque Ressuscitou como disse o Salvador do mundo. Este caminho de Esperança, não termina porém. Deve, isso sim, servir de catapulta para que possamos viver como cristãos de maneira mais autentica. A vivência dos mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus deve lembrar-nos da nossa condição de filhos no Filho.
Vivamos pois a Páscoa, o tempo Pascal e a nossa vida como redimidos, verdadeiramente readquiridos pelo Senhor para não mais deixar de ser dEle.
Criaste-nos para vós Senhor, e o nosso coração anda inquieto, enquanto não repousa em vós.
, lê-se no inicio das Confissões de Sto. Agostinho: precisamente.

Boas Festas Boas Festas, Cristo Ressuscitou, Aleluia! Aleluia!

Há coisas fantásticas não há?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Tríduo Pascal, caminho de esperança (II)

O dia de Sexta-Feira Santa é conhecido como o dia do silêncio. Jesus, O Justo, depois de preso é julgado, ainda que no relato do evangelista João nem Anás, nem Caifás, nem mesmo Pilatos o condenam. É Ele que julga, em última instância. Jesus é entregue para ser crucificado, é flagelado, caminha para o calvário, é insultado, é cuspido, mas como Cordeiro levado ao matadouro, Ele não abre a boca. 
Sabe ser necessário este passo. A sua obediência filial leva-o a obedecer até à morte e morte de Cruz (Fil 2, 6-11). As mulheres choram no caminho e com elas também Maria, A Mãe. Ela ouvira de Simeão que uma espada de dor trespassaria o seu coração. Ela, mulher do silêncio, habituou-nos a poucas palavras. Um SIM generoso alterou o rumo da humanidade inquieta pela salvação esperada. A Ela é entregue o discípulo amado, João, e com ele, os que como ele amam o Senhor dos Senhores. E bem assim, João recebe-a por mãe, de uma vez para sempre e com ele a humanidade, filhos no Filho, temos também uma Mãe.


Esta manhã cantaram-se os ofícios na Sé Catedral de Viseu. À tarde, em memória da agora "eterna" hora nona, celebrou-se a morte de Jesus. É o único dia do calendário litúrgico que não tem a celebração da Eucaristia. Quase que se "eclipsa" a Eucaristia ante o medo e o silêncio da morte e a incerteza do amanhã informe e desconhecido. Divide-se em três partes a celebração: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e por fim a Comunhão. 
Para terminar o dia, a procissão do enterro do Senhor que todos os anos tem lugar nas ruas de Viseu. Saiu-se da Igreja dos Terceiros e foi em direcção à Sé Catedral, e depois do sermão quaresmal regressou À Igreja dos Terceiros. Felizmente houve uma participação massiva de pessoas, com uma participação na ordem das largas centenas. É certo que não se trata de um sacramento nem de um sacramental. É um acto de piedade, mas pelos actos de piedade consegue chegar-se ao Criador, ao Deus de todos.
Terminou-se a celebração num clima de silêncio. Sabe-se que morreu o Mestre, mas a Esperança na ressurreição acompanha-nos neste Caminho de Esperança. Ressuscitará como disse.
Há coisas fantásticas não há?

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Tríduo, caminho de esperança

Começou hoje o tríduo pascal, e como aprendiz de teólogo não poderia não deixar de partilhar convosco alguns pensamentos sobre o mesmo. 
Pode parecer que não mas a Quaresma está a terminar e este Tríduo pascal é o desfecho da caminhada quaresmal, iniciada à quase 40 dias. Na quarta-feira de cinzas, um pouco por todo o mundo, as cinzas foram impostas nas cabeças dos fiéis com o repto "Arrependei-vos e acreditai no Evangelho", repto que nos fora deixado por João Baptista e que no "fim" da sua vida pública, porque era necessário que ele diminuísse para que Ele crescesse, apontou para Jesus Cristo como o Cordeiro de Deus, aquele ao qual era indigno de desapertar as sandálias de seus pés, o que tem o Espírito e que baptiza no Espírito e não na água como ele baptizara. 
Durante a Quaresma pudemos ver de que maneira Jesus era o cumprimento das escrituras, o porquê da Paixão, Jesus como Cordeiro Imolado de uma vez para sempre para que os verdadeiros adoradores O adorem (Ao Pai) em Espírito e Verdade, e não mais num monte ou templo determinado. 

Esta quinta-feira pode bipartir-se. A primeira parte, de festa, faz com que o presbitério se junte ao seu Bispo e pastor como símbolo da união sacerdotal e como sinal de uma eclesiologia de comunhão. Todas as dioceses, em união com o Bispo, e todos os bispos em união com o bispo de Roma, o Papa, celebram o memorial da entrega do cordeiro que foi imolado, e bem assim, da instituição da Eucaristia. Celebra-se ainda, o dia por excelência do sacerdócio ministerial ou ordenado. Na chamada missa Crismal, o Bispo, o presbitério e o povo de Deus reunem-se para dar graças a Deus pelos Dons que ainda hoje são preservados na Igreja, e bem assim para que o Bispo possa fazer a bênção dos óleos que serão usados durante o ano na diocese, assim o óleo do Crisma, donde o nome da celebração, o óleo dos Enfermos,e o óleo dos catecúmenos. 


No final da tarde ou na noite de quinta-feira, muda de tónica a Eucaristia. Jesus que mais uma vez se tinha apartado da multidão para o sossego de um ermo monte de oliveiras é preso graças ao beijo frio da traição. Judas entrega o Justo a quem queria a sua morte. Os bens celestes e eternos, naquela noite como em tantas outras noites até à hodiernidade,  foram preteridos pelos bens materiais, mundanos, terrenos, etéreos.  Jesus é assim preso injustamente e passará a noite da véspera do 14 de Nisan sob custódia das autoridades judaicas que o queriam morto por não O reconhecerem como verdadeiro Filho de David, como O Ungido, O Messias de Deus.

Inicia-se, com a prisão de Jesus, um caminho de esperança porque sabemos do desfecho. Como Jesus explicaria depois aos discípulos de Emaús, era necessário que o Filho do homem passasse por todos aqueles momentos para depois poder de maneira mais cabal mostrar a sua glória, a glória que tinha desde a criação do mundo junto do Pai. 
Sob ponto de vista da liturgia, marca estas horas o silêncio, a eterna espera, a insegurança de quem se sabia na corda bamba, preso às palavras de Jesus, sabendo-O Único mas vivendo tudo como um pesadelo. Não era possível que tudo pudesse terminar daquela maneira.

Exagerei nas palavras. Mais para quê? É tempo de meditar e de perder algum tempo com os mistérios que dão vida à nossa Fé. A ressurreição só tem sentido se vista à luz da paixão e morte de Jesus. Boa caminhada. Lembra-te que é um caminho de esperança... 

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Outra boa ideia ^^

E se vos dissesse que Deus está nas ruas. Em NY!!! Difícil acreditar, that God Him self could be on our streets. So Check this out ^^

Boa ideia ^^

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cura D'Ars

Quem o não soubesse, pensaria que tivesse sido propositado! Mas não o foi! Fui ontem a Ars, a aldeia que viu viver e morrer o famoso "cura" a quem deu o nome.Situa-se na Rhône-Alps sub região da Ain, departamento nº1, diocese de Lion a pouco menos de 200 km de Genéve.Fiquei impressionado logo de imediato com a simplicidade do lugar! De facto, não obstante o tamanho de quem a habitou e colocou no mapa, a pequena localidade manteve-se impassívelmente quieta, sossegada, como se apenas assim pudesse pudesse continuar a beber da fonte de espiritualidade que ali viveu, que inspirou, e continua a inspirar como patrono (desde 1925) de todos os sacerdotes do mundo.Outra coincidência, para quem acredita nelas, o facto de terminar hoje o ano sacerdotal proposto pelo papa Bento XVI. Foram várias as ocasiões em que o Cura de Ars foi citado. Partilho algo que foi dito em 2008 em Lourdes:
«Cada sacerdote deve poder sentir-se feliz ao servir a igreja. Na escola do cura D'Ars (...) não cesseis de dizer que um homem não pode fazer nada de maior que dar aos fieis o corpo e sangue de Cristo e perdoar os pecados»
São muitos os ensinamentos deste padre, que na sua pequenês, nas suas limitações, conseguiu fazer a diferença e ser exemplo para todos.
Outra coincidência, o facto de o dia de ontem, onde estive em Ars, ser também a véspera da solenidade do Coração de Jesus, inspiradora para tantos santos! Cura D'Ars também, mas antes dele Margarida Maria Alacoque, São Daniel Comboni e tantos outros.
Tanto assim é que os institutos formados por Comboni não eram apenas missionários e missionárias combonianos/as, mas missionários/as combonianos/as do Coração de Jesus.
Comboni, vendo o coração trespassado do Bom Pastor (Jo 10) sentia-se impelido a levar aos mais pobres e abandonados da Àfrica a Boa-Nova, corria o terceiro quartel do século XIX. Agora, 150 anos depois, já não ele mas a família que deixou nos seus institutos (missionários, missionárias, seculares e leigos) levam esta mensagem de amor, tendo como força o coração do Bom Pastor, como missão a evangelização de muitos que ainda não ouviram falar dEle, e a reevangelização de muitos outros que esqueceram as raízes cristãs que foram bandeira dos antepassados.
Para concluir, neste dia tão especial para a igreja, um cumprimento particular para os sacerdotes que lêem (que não creio numerosos), para os combonianos que hoje fazem festa, e já agora, tendo em conta a visita de ontem, para todos aqueles que estão no caminho do sacerdócio, ou tendo já decidido ser sacerdotes, ainda não tenham dado o passo que os levará à "escola" que ontem visitei.
Sem mais, há coisas fantásticas não há?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Why not? (Porque não?)

Vale a pena pensar nisto:

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Advento, Caminho para a Vida?

A palavra "advento" vem do latim “adventus” e quer dizer chegada, vinda. Mas o que dizer do Advento neste terceiro milénio marcada por Cristo? O que nos compete fazer a nós, cristãos, neste tempo?
À afirmação de que Advento significa "chegada", urge perguntar-se Quem é que vem, para onde vem e o que vem fazer.

Advento, Caminho para a Vida?
À luz neo-testemantária atrevo-me a dizer que "a chegada" é de Jesus de Nazaré, O Cristo, não um cristo. Podemos facilmente ver isso nas palavras de São João Baptista: «Eu baptizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. É aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.» Jo 1, 26b-27.
Se é Jesus que vem, para onde vem? Porque esperamos? O tempo de Advento é o tempo da espera por excelência e que marca em parte toda a vivência cristã: a Esperança na vinda. Esperamos pois Jesus de Nazaré para que venha ter connosco para ser verdadeiramente Emanuel (Deus connosco) e tudo em todos.
O que Vem fazer? Vem para que tenhamos Vida e Vida em abundância (cf. Jo 10, 10).
Numa sociedade de consumo onde a caridade que durante séculos caracterizou os cristãos, dá lugar a um pietismo que raia a hipocrisia, o Advento deve ser, um autêntico "Duc in altum" (faz-te ao largo).
Numa sociedade como a nossa são muitos os caminhos que podemos escolher, mas Jesus diz-nos "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA" Jo 14, 6.
Viver e caminhar são portanto Cristo. Somos por isso convidados deixar que Cristo viva e reine em nós (cf. Encíclica Quas Primas – Pio XI). Se assim for, ao invés de nos entregarmos ao pietistmo natalício dando umas esmolas, poderemos gritar Cristo com a nossa própria vida e mostrar a todos o que pode ser Deus na vida de um homem, porque depois de deixarmos Cristo ser a nossa vida, não podemos mais ser iguais, viver da mesma maneira, temos de mudar, ser diferentes e marcar a diferença.
Neste CAMINHO que é Cristo é-se em direcção aos outros, aos "mais pequeninos", e não pode ser entendido de outra maneira. Este convite para irmos ao encontro dos outros faz-nos missionários na medida em que depois de convidados somos chamados a convidar.
Se percorrermos este caminho, percorremos também o caminho da santidade e poderemos experimentar a dimensão exstática do amor, ou seja, a dimensão do amor que faz com que saiamos de nós mesmos, despojando-nos (qual kenosis Cristológica), para assim podermos ser mais livres para abraçar e amar os outros.
Para atingir este ponto, é preciso percorrer o CAMINHO que conduz à salvação. É certamente um caminho longo, mas qualquer caminhada que façamos, começa sempre com o "mesmo" pequeno passo. Haverá certamente dificuldades, será a caminhada de toda uma vida talvez, mas vale a pena fazê-la porque "O meu jugo é suave, e a minha carga leve." Mt 11, 30.
Ao Caminho! Boa viagem.. e já agora, FELIZ NATAL. Cristo nasceu para ti.

Por Cristóváo Cunha

P.S. Post feito a partir de um artigo de minha autoria, sobre o Advento, publicado no jornal O Teólogo da Faculdade de Teologia da UCP - Porto em Novembro de 2006.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Natal, não é fantástico?


Mais um ano, mais um Natal, todos diferentes, todos iguais. Diferentes porque cada ano que passa aumenta a família, ou diminui, pessoas que partem, outras que vêm. Hoje numa casa, daqui a um ano talvez noutra! Igual porquê? Igual porque mais uma vez o Emanuel prometido pelos profetas (Is 6 a 11 por exemplo), se faz Homem. Ninguém sabe quando nasceu, historicamente é muito provável que tenha sido no ano 6 a.c. :o) Estou a falar a sério. Ninguém sabe o dia. Optaram pelo dia 25 de dezembro pois era este o maior feriado do ano, no império romano, o dia em que se celebrava o solstício do inverno, o dia do deus Sol; a partir deste dia os dias começavam a "crescer", donde o beirismo (?)"Depois do dia de Natal já o dia tem mais um tombo de pardal".
Inicialmente não era celebrado sequer este dia porque a fé se baseava no triplo acontecimento da condenação, morte e ressurreição! Mas se alguém morre, tem que nascer primeiro certo? Donde a necessidade de colocarem no tempo este menino que nos foi dado para trazer a Paz entre as nações. Por isso é que o celebramos todos os anos, porque continua a ter sentido um Deus que se fez igual aos homens, que veio até nós, nasceu, cresceu, sofreu e morreu, para não mais deixar de ser nosso. Ao morrer na cruz, uns anos depois, supõem-se uns sugestivos 33, «rasgou-se no templo o véu»(Mt 26, 51), porque a partir daquele momento não é mais no templo que está Deus, não mais longe, não mais escondido, não mais atrás de um véu para poucos (Sumos sacerdotes), mas em cada um de nós. Por isso é que o texto arcaico «Louvai o Senhor no seu santuário» foi traduzido na tradução dos LXX por «Louvai o Senhor nos seus anjos e nos seus santos»! Somos nós, os crentes, esses Santos; chamados à santidade, na certeza que nada é indigno do Deus que nos (ch)ama e quer felizes. Somos nós os novos templos do Espírito Santo.
A festa do deus sol passou depois a festa do SOL, do Caminho, da Verdade e da Vida, se quiserdes, aquele que nos guia, o Sol que nasce das alturas e das alturas nos visita como Sol nascente, o Sol invicto, o dia sem ocaso, a eternidade...
Ainda que haja nuvens, sabemos, ou devemos saber que o Sol está lá na mesma. Ainda que não o vejamos. Já imaginaram o que seriamos nós sem o SOL? Sem as plantas? O que veríamos! Alguns intelectuais dirão, veríamos a lua! Mas nem ela tem sentido sem o sol uma vez que é ele que a ilumina! Não veríamos nem a lua, nem a estrela da tarde (Vénus), nem a estrela da manhã (idem), nem os anéis de Mercúrio, nem as luas de Júpiter... E as flores, e as montanhas, e a neve, e a terra, e a água... Tantas perguntas!
Sol, não sei como te chamam os meus amigos, se Deus se Absoluto, se Jahvé, se Allah, de qualquer maneira, obrigado por existires.
Mais uma coisa fantástica. Não acham? Há coisas mesmo fantásticas! O Natal é particularmente fantástico, donde o provável post exagerado. Mas se chegaram até aqui é porque leram tudo, uma vez que estou a terminar. Espero que vos tenha dado o mesmo prazer ler como me deu a mim prazer escrever.
Há coisas fantásticas não há?

Fátima

Acabo de chegar de Fátima. Fui lá a pé. Não fui por promessa. Prometo-vos, isso sim, um post longo a propósito, talvez com uma montagem-vídeo a dar-vos conta do que por lá se passou. Posso garantir-vos que além de muito cansativo foi sem dúvida fantástica a experiência. Até breve :)

Missionário Comboniano Condecorado


O missionário comboniano português P. Alfredo Ribeiro Neres foi condecorado pelo Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, pela ocasião do dia 10 de Junho, Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas. O P. Alfredo Neres tem desenvolvido a sua actividade missionária no Congo, ao serviço dos mais pobres e abandonados.
A cerimónia da sua condecoração, teve lugar em Kinshasa, na Embaixada de Portugal com uma pequena celebração. Presentes estiveram o Núncio apostólico Mons. Giovanni Daniello, o Sr. Embaixador de Portugal no Congo Dr. João Perestrello e o Sr. Secretário de Estado da Justiça, Dr. João Tiago da Silveira. Estiveram também presentes a Sra. Secretária da Embaixada D. Fernanda Ramalheira e alguns missionários combonianos.
Ao Sr. Secretário de Estado da Justiça, o P. Alfredo pediu que levasse uma mensagem de agradecimento ao senhor Presidente da República; ao mesmo tempo pediu-lhe para comunicar ao Sr. Presidente um desejo seu, nomeadamente que a sua condecoração fosse “um símbolo do reconhecimento do Estado Português pelo trabalho que todos os missionários Portugueses estão a realizar no mundo”.
Para nós, combonianos mais jovens, que o tivemos como Mestre no Noviciado, o P. Alfedo tem sido sempre uma fonte de inspiração; esta condecoração é mais um estímulo para nós que, com ele, aprendemos muito a ser missionários.


Nota: na foto, o P. Alfredo com o Sr. Secretário de Estado da Justiça, Dr. João Tiago da Silveira.

P. S. Post literalmente ROUBADO a um blog amigo Convém dizer que o autor soube do roubo :)
Obrigado padre Horácio ;)

A minha meta é Cristo

Não sei se o homem foi ou não à lua, sei, isso sim, que mais de cem jovens foram a Fátima a pé =) Eu, felizmente, contei-me entre eles.
Mais um ano, mais uma caminhada a Fátima com os combonianos e o grupo Fé & Missão. Este ano o tema foi "A minha meta é Cristo". Os jovens a caminho, pouco mais de cem, saindo de Coimbra e de Azambuja propuseram-se a apoiar um projecto na Etiópia, a construção de um poço em Dayle. Muitas bolhas depois, depois de muitos gritos, depois de muitas bisnagas de reumongel, chegámos a Fátima.
Foi uma experiência, como sempre, nova, reconfortante e alegre. Apanhámos muita chuva, quase fizemos o concurso miss e mister t-shirt molhada, apanhámos muito sol também.

A chegar a Ansião. (O teu nome tem história, lá lá lá =)):


A cantar, já no último dia, não longe da meta =)



Olha como são os pés dos peregrinos =)


Depois destes quatro dias, o que fica é a sensação de dever cumprido, as experiências que vivemos, os sorrisos que partilhámos.
Lixei o telemóvel por causa da humidade, não funciona nem o 7 nem o 8 nem o 9. Enfim, ossos do ofício. =)

Nós todos contentes a chegar à meta =)
Para o ano há mais...


P.S. Para breve um vídeo com o hino :)

Há coisas fantásticas não há?

Em Paz


Venho dar-vos conta de uma infeliz notícia. Seguramente muitos dos que lêem desconhecem de quem falarei.
Morreu o padre Ivo (ao meu lado na foto). Quem é? Um missionário com quem tive a sorte de tratar, com quem vivi, com o qual confidenciei tantas coisas, eu como noviço e ele na qualidade de padre mestre em Santarém. É uma pessoa fantástica, um ser decente, apaixonado pela vida e pela missão, comboniano de coração, do primeiro ao último momento, viveu a loucura da missão, na Etiópia durante alguns anos, e em Portugal idem com a animação missionária, as colaboradoras...
De sorriso fácil, numa vida dada aos outros, viveu com intensidade, acreditava que sem a cruz, de nada valia a glória da ressureição. E como tem razão.
Pois viveu isso até ao último suspiro. Porque as obras de Deus nascem somente aos pés da Cruz. Abraçou a sua Cruz e ele que se havia configurado com Cristo em vida sendo seu ministro, com ele toma agora parte na ressureição para o merecido descanso, para se juntar à multidão que o (e nos) espera. Não só 144000 como afirma o apocalipse de João, mas todos os que fazem a vontade de Deus. Esses, como o Ivo, usam as vestes brancas e têm na mão a palma da vitória.
Aos que restam ainda, pois que esperem, e se no fim da vida olhando para trás puderem dizer que cada um, na sua pequenez, fez a diferença, então a despedida ganha um outro tom, não mais um até sempre mas um até já.
Até já Ivo.
Reza por nós.

Boas notícias

Não, as boas notícias não têm a ver com o Benfica =)
Soube agora que o papa Bento XVI vai presidir às celebrações de 13 de Maio em Portugal, Fátima, para onde penso ir sem me preocupar com o estacionamento (vou a pé) :D


Que vontade... Só me apetece fazer já a mala!lol! Mas como sempre, o que é bom está sempre longe, e portanto trata-se de começar a contar os dias. Não que agora não seja peregrino, mas sê-lo naqueles dias, com um mochilão às costas, esquecer tudo e partir, é uma sensaçâo única que todos deveriam experimentar. Um caminho de fé, mas feito de tantas outras coisas. O mais interessante e importante talvez, é que o caminho não termina em Fátima nem lá perto: é um caminho espiritual com uma meta definida mas nunca alcançada; um Caminho que nos conduz paulatinamente àquele que pode ser tudo em todos. Não vos faltarei com notícias até lá, mas dessa experiência farei, vos prometo, uma particular memória.
Um desafio: quem vem? =)
Roberto
Eventualmente o pai dele
Eu

Até já santidade :D
Coisa mesmo fantásticas. Palavras para quê.

P. S. Quem quiser ir é só dizer. Regras:
1. Vamos a pé;
2. Sem assistência;
2. Com mochila às costas;
4. Cinco dias de viagem saindo de Dornelas;
5. saímos dia 8/05, sábado (Etapas: Dornelas-Nelas, Nelas-Penacova, Penacova-Condeixa, Condeixa-Barracão, Barracão-Fátima). Chegaremos dia 12, ao início da tarde.
6. A acrescentar depois :D

Há coisas fantásticas não há?